A Busca por Ísis

Liberio

O Sátiro lutava bravamente contra a mediocridade de Mendonça e tentava trazer qualquer resquício de entrega daquele homem. Como agentes de mudanças que os Changelings eram, aquele era o seu trabalho.

Mendonça olha a situação analisando as possíveis consequências e possibilidades e finalmente quebra. Havia algo na aura de Liberio que também ajudava os humanos a se libertarem de suas amarras, algo em sua memória ancestral ou algo do tipo. Ele então se ajoelha. O Sátiro vê lágrimas em seus olhos, conhecia aquele momento e sabia também que não duraria muito, afinal, logo ele voltaria ao seu dia-a-dia normal e aquilo não passaria de um segredo sujo que faria com que os preconceitos daquele humano aumentassem ainda mais.

Mas agora, naquele momento, ele se entregava completamente. Se ajoelhando ele diz:

" - Se você mandar eu falo. Eu já fui na casa do meu chefe, ele mora ali na Barata Ribeiro, o número é 472." - Ele olha para as pernas de Libério curioso e fala - " - Posso encostar nas suas pernas? Tem.. alguma coisa nelas..."

OFF: Liberio ganha 1 de glamour e pelo menos por enquanto não precisa rolar banalidade

A perseguição continuava e o policial que dirigia o bat-móvel ficava ainda mais puto quando via Chô com a cara pra fora da janela. Mas ele parecia desfrutar daquele ódio e o alimentava ainda mais, Frosti via um olhar completamente sádico como se cada minuto naquela situação o dava autorização de fazer as piores atrocidades quando pegasse o fugitivo. Ele abre até um pequeno sorriso e a carro fica um pouco mais ameaçador.

O Troll usa então sua arte e um frio diferente percorre o interior do carro. De repente, um estouro. O Pneu do carro congelava e se quebrava. O carro inclina sem o pneu e começa a derrapar, soltando fagulhas enquanto a lataria passa pelo chão. Olhando para trás displicentemente, o Pooka vê a cena e sabe que alguma arte foi usada ali.

O Honda Civic com o policial e Frosti então derrapa indo em direção à um poste, na direção de um posto de gasolina Ipiranga alguns metros à frente. O carro bate com um impacto forte e o policial vai com a testa no parabrisa. O vidro racha mas não chega a espatifar. Frosti é travado pelo cinto de segurança e vê o homem com a testa sangrando e desnorteado.

O Carro que o perseguia vinha embalado como se por uma fome insaciável, e, o que para muitos poderia causar medo, para Chô apenas fazia se sentir..

*Vivo...?*

"-Calma lá Tom.."

*Pera ai? Esse filho da puta ta me chamando de Jerry?*

.. E, o sonhar sempre, como uma amante cruel, lhe tenta, mas Chô não era nenhum RATO!

"-JERRY DE CU É ROLA PORRA" - Falava o Pooka enquanto direcionava o carro ao posto que se encontrava um pouco mais afastado ao local do acidente, que era, desde o início, o intento do Pooka..

*AGORA VOCÊS VÃO VER O QUE É UMA FESTA ESTOURADA....*

..passando momentos antes pelo carro do seu perseguidor, ele vê um gigante enlatado e dá um thcauziho sorridente à ele , iluminado à uma luz peculiar e bruxuleante que era visível pelo reflexo das lentes do pooka, antes de desaparecer das vistas de todos..

*EU SEI DIRIGIIIIIIR*

Bem, talvez os olhares mais atentos tenham visto um gato preto saltar do carro, sentar-se convenientemente no meio de nenhum local em particular e ajustar seus óculos enquanto olhava pro posto.

OFF: 04 sucessos no teste.

Frosti e Chô

Frosti não se abalava com o impacto do carro, olha o policial sangrando, olha para o veículo de Chô e nota que tem fogo dentro da viatura de polícia que o Pooka dirigia.

Chô acelera com o carro e ao invés virar a esquina ele mantem o carro firme em direção ao posto de gasolina. O carro vai rapidamente e acerta as bombas. Um frentista abastecia um carro e tenta escapar derramando gasolina para tudo que é lado e 1 segundo depois... BUMMM Uma grande explosão acontece no posto fazendo um cogumelo de fogo.

O Pooka tenta salta de dentro do carro mas sem sucesso. Ele escorrega e cai no fundo do banco do carro. Chô sente a explosão atingindo seu corpo e queimando seus pelos de gato enquanto sua pele derretia. Esse era o fim de Chô, o gato. Ou seria em alguma versão alternativa de mundo. (ISSO SÓ ACONTECE PARA CHÔ PODEM IGNORAR)

Ao mesmo tempo, Chô saltava de dentro do carro com segurança e achava uma posição para ver o incêndio. Seu óculos escuros que usava em sua forma felina refletia a explosão que causava sem se importar com vítimas.

Enquanto isso, o Policial desnorteado que estava com Frosti olha aquele cogumelo de fogo e seu sadismo chega no limite. Ele começa a rir daquela situação de forma descontrolada e enquanto gargalhava o fogo alto da explosão se transformava, virando um gigante demônio de fogo efêmero que vê Chô e salta para cima do Pooka com uma boca gigantesca. Conforme se aproxima, vai se encolhendo porém ganhando mais forma até chegar mais ou menos em uns 2,5 metros de altura. O monstro era incrível e assustador fazendo com que Chô não conseguisse se mexer enquanto seria comido logo na sequência.

Frosti sabia que o gato não conseguiria se salvar se não fizesse algo.

O Troll fica satisfeito ao ver seu truque dar certo e o pneu estourar. O carro rodopia e bate num poste fazendo com o que o homem bata com a cabeça no vidro com força suficiente para o vidro trincar. O Troll fica com um certo peso na consciência, mas ao ver a risada histérica do homem olhando na direção do posto de gasolina esse pensamento se esvai. 

O Pooka havia jogado o carro contra uma bomba de gasolina quase matando um frentista no processo. O Frentista para escapar derrama gasolina por todo lado e uma pequena faísca é o suficiente para causar uma imensa explosão e trazer ali um verdadeiro inferno. O Gigante do Gelo entre em choque durante alguns segundos enquanto sua mente mortal traz a tona lembranças de um incêndio na infância em que havia se machucado muito e sua memória féerica lembra detalhes de um combate em que o Troll morria protegendo alguém importante do sopro flamejante de um dragão em uma de suas muitas vidas. 

As memórias eram o suficiente para fazer com que o Gigante poderoso se sentisse indefeso e pequeno. Lágrimas de gelo escorriam do seu rosto e ele ficava paralisado pelo terror do fogo. Contudo, a vida de um cavaleiro nunca é simples e Sir Frosti consegue perceber que apesar do Pooka escapar na forma de gato, um dêmonio de fogo quimérico se formava se utilizando do glamour sombrio do sadismo do policial. O demônio iria devorar o pequeno gatinho indefeso e o cavaleiro se vê numa situação extrema.

*Preciso proteger meus amigos!* 

Se utilizando de tudo que havia aprendido com seu antigo tutor, o Troll se lembra de uma frase sábia: 

*Ser corajoso não é não sentir medo! É sentir o medo e assim fazer a coisa a certa!* e Frosti sabia muito bem o que tinha que fazer. 

Se utilizando de toda sua força interior, o Troll agarra sua espada e declara mentalmente sua intenção ao tesourou:

*Northwind me ajude proteger o Pooka!*

Ouvindo ao coração puro e nobre do Troll, a espada North Wind usa sua magia fazendo com que um ar gelado preencha o carro e concede ao cavaleiro uma velocidade sobrenatural. O gigante rapidamente sai do carro e corre na direção do demônio deixando um rastro de gelo quimérico por onde passa, como acontecia todas as vezes que usava sua espada.

O Troll ainda em velocidade sobrenatural acerta dos poderosos golpes na criatura que fazem um barulho alto quando a espada de gelo o toca criando jatos de vapor a cada encontro de gelo e fogo. 

O Troll engole seco, e mesmo com medo, encara a criatura nos olhos. Defenderia seu companheiro de mixórdia com a vida se fosse preciso, mesmo que estivesse apavorado. 

Sir Frosti se coloca em posição de combate e apenas fala sem tirar os olhos da criatura de fogo: 

"- Fuja pequeno. Eu derrotarei essa criatura." 

OFF GAME: Falhei no teste da fobia a fogo, mas gastei 1 ponto de força de vontade. Ativei o poder da espada com 4 sucessos tendo quatro ações extras - 1 para sair do carro, 1 para chegar até Chô e a criatura e 2 para atacar causado um total de 5 de dano após a absorção.

* Finalmente... *

Liber mantém um sorriso sádico enquanto intensamente analisa, do alto da sua altura, o outonal ajoelhado, que começava a soltar as amarras e as informações que ele precisa. O resgate daquele homem banal não era apenas necessário, era divertido ver o contorcionismo relutante de quem está na beirada do proibido – e prazeroso o glamour ali gerado. Liber aproveitaria o máximo aquele momento.

Diante da pergunta do homem, o Sátiro lentamente apoia um pé na cadeira ao lado e deixa o Fiscal com uma visão direta de sua virilha, com uma protuberância marcada e que desce pela coxa. Liber passa o cinto pelo pescoço do Fiscal, como uma coleira, e guia a boca do homem até o seu pé. O gesto deixa as partes ainda mais marcadas para quem observasse.

“- Do começo, Signore Mendonça... Qual o nome de tuo chefe? Com quem ele tem o rabo preso? Io sei que você sabe...”

*Por mil quimeras invernais, essas criaturas desaprenderam até como sonhar direito!*

As palavras daqueles outonais deixavam um gosto amargo na boca do Wilder. Era como mascar verbena, mas sem qualquer dos efeitos mais legais. Ele força um sorriso simpático para o casal - afinal, ele ainda era um Boggan - olha de relance para o livro e de volta aos humanos e diz:

'- Ninguém desta casa possui qualquer síndrome, meus queridos, nós apenas vivemos e somos os nossos sonhos. Claro.. Já fomos chamados de sonhadores e loucos. Mentes mais mundanas já tentaram calar a nossa essência, mas nós sempre fomos e seremos maiores do que isso. Vocês mesmos, agora, estão dentro do meu sonho. Esta casa, este chá, minha fama, dinheiro, amigos, tudo fruto do sonhar. Acho que me saio muito bem nesta vida para ser considerado alguém com qualquer síndrome, não é mesmo?'

O jovem sorri de forma felina e, num sobressalto, põe-se de pé em sua poltrona com um pé no assento e outro em um dos braços em uma posição altiva e claramente teatral:

'- Vocês temem essa doença inventada, mas conhecem realmente a historia de Dom Quixote? A história de um velho fidalgo de vida monótona que, por não ter pelo que viver ou ser feliz, mergulha profundamente na fantasia de seus livros e permite-se sonhar-se um cavaleiro? Em seu sonho se apaixona por Dulcinéia e vive o amor, mesmo sem nunca tê-la tocado. Em moinhos decaídos combate dragões e gigantes cavalgando Rocinante. Vê, na alma de um barbeiro, um cavaleiro de elmo reluzente e cruza as terras vivendo o seu sonho em honra de seu intocado amor.'

Uma breve pausa dramática e prossegue:

'- Alguns o viram como louco, um estorvo ou o incomodo, ele apanhou, claro, a vida surra os sonhadores, mas indago, quem ali era o verdadeiro miserável? O dito louco que amava profundamente e viveu os seus épicos sonhos, ou a sociedade encabrestada mendigando pão, vendendo o corpo e acalentada na miséria da mesmice? Quixote viveu profundamente o seu sonho e foi, pelo menos por um breve momento, exatamente o que era no sonhar, até que um dia, depois de muitas aventuras e desventuras D. Quixote resolveu voltar para casa e, ao de acordar de um longo sono, anunciou que para triste realidade deveria retornar.'

Pret dá mais um pequeno salto deixando-se desabar no assento da poltrona com um sonoro "POMF". Ele se escangota como se morto estivesse, com o pescoço pendendo para o lado e um dos braços erguidos como se encenando um homem comicamente enforcado.

Depois da teatralidade ele se endireita gargalhando um pouco... talvez ele tivesse usado cogumelos demais naquele chá... o que era ótimo. Pigarreia 3 vezes e, retornando a um semblante módico de compostura prossegue:

'- Essa clínica da qual vocês falam é onde os sonhos vão para morrer. Sua filha ficará bem. Ela Aprenderá a combater os monstros que vê e terá uma vida plena e feliz. Bom, isso, claro, se ela não permanecer naquele lugar.'

E dá mais um gole de chá.

Para alguém que já teve uma banda a qual tocara sobre as desventuras de criança, o pai havia se acorrentado a uma visão pragmática e triste. A mãe se apegava a esperança do descolar das realidades e isso é muito triste. Ninguém é uma faceta apenas de um personagem inventado. O ser pleno é muito mais complexo que isso. Sem Mr. Hyde, o Dr. Jackil é quebrado, incompleto. O desconhecido é amedrontador. Mas mais perigoso que isso é permanecer num lugar que não lhe pertence ou lhe cabe por medo de mudar.

"- Eu entendo senhora..." - Diz Dandara realmente compadecida. "- Fico feliz que ela não tenha se machucado, mas talvez, ao invés de fugir dos monstros, fosse mais importante saber o porquê que eles a assombram."

*Quem passa a vida negando seus desejos e sonhos, sempre acha que na próxima vida pode ser diferente... Quando vão entender que cada caminho é único? Que a mesma estrada nunca será a mesma pois cada viajante é diferente?*

Quando a mulher pede para conhecer a pessoa não tratada, Dandara olha com estranhamento. Alí não havia ninguém doente... Assim como a menina também não haveria de estar. Rique reforça este pensamento com suas palavras.


A negra escuta com atenção as palavras de Pret sobre Dom Quixote e comenta:

"- Se não tem nada sobre crianças no livro e aqui não tem nenhuma criança, será que esse livro realmente vai ajudar sua filha em algo?"

Come mais um biscoito e olha com seus olhos estrelados no fundo dos olhos da esposa:

"- Sei que enfrentar o que precisa pode dar medo. Nós sabemos o quanto não nos foi permitido seguir nossa própria estrada. Você deve ter passado por isso... Eu também passei. Ser julgada pelo que veste, pelo que gosta, por suas estradas, seus desejos e sonhos. Nós sempre "deveríamos" querer outras coisas, fazer outras escolhas, sonhar como os outros acham que é o certo. Isso foi justo conosco? Sua pequena precisa de coragem para enfrentar esses monstros ou eles a assombrarão para sempre e ela nunca será um ser pleno. Quanto mais ela se afastar de si, mais energia ela vai gastar tentando ser algo que não é. Quanto mais ela entender quem é, mais fácil vai ser lidar com tudo que está acontecendo com ela. E se ela precisa conhecer a força que tem, sem se perder para sempre com medicações, talvez possamos ajudar. "

Os olhos do Redcap acompanhavam as peripécias quiméricas que ocorriam no cenário que acobertava toda aquela conversa cheia de miudezas pouco interessantes para Johnny. Nada daquilo parecia suficientemente saboroso aos ouvidos e ao paladar do Rezingão, que já tinha largado sua xícara de chá despretensiosamente sobre a mesa, ainda com fome. Seu apetite aumentava a cada instante, mas as peripécias sociais do Boggan conseguiam atrair a atenção de Muralha por alguns breves e miseráveis segundos.

Não era o modus operandi Redcap, mas pouco a pouco o anfitrião ia pescando informações. Talvez Johnny preferisse chacoalhar aquele panaca cabeça de vento até que ele falasse onde porra ele tinha enfiado a filha? Com certeza! Mas estava aproveitando da hospitalidade alheia... e a poltrona era realmente confortável... e ergonomicamente suculenta. O gigante se ajeitava de um lado para o outro, encontrando novas maneiras aprazíveis de colocar sua coluna no lugar, enquanto ouvia a conversa. O tal Haendel diagnosticava seus pacientes com uma tal Síndrome de Quixote. Era por óbvio que Johnny não sabia o que porra era Quixote? Seria um tipo de queijo? O Redcap não sabia, porém, a mulher afirmava que o livro que segurava falava de tal síndrome.

Pret então tudo explica e coloca em xeque o tratamento dado a menina. Ele parecia convincente, mas será que seria o suficiente para aqueles dois outonais acreditarem que a melhor forma de enfrentar o vento frio do inverno era seguir na mesma direção do mesmo? O modista falava muito complicado, embriagado de suas firulas de homem requintado. Aquela não parecia ser a língua que aqueles mortais comiam em suas bocas e compartilhavam entre seus lábios. Não. Eles entenderiam? A Eshu então auxilia o Boggan em sua tentativa de convencer os dois pais a trazer sua filha ao encontro do sonho mais uma vez.

Os dois, com seus traquejos sociais, dançavam a valsa em pleno salão. Johnny não era de valsas. Preferia as polgas. Infelizmente, aquele não era um lugar de polgas. Sem saber quais passos dar, tampouco o que falar - e ele pouco poderia ajudar nesse quesito - o Redcap permanece atento, viajando nos devaneios de sua mente vazia. Por vezes ele retornava a farejar o ar, encontrando o cheiro amargo que ventilava daquele livro que a mulher teimava a utilizar como palavra sagrada. Ele não parecia normal.

O Gato observava o cogumelo se avolumar diante dele enquanto arrumava seus óculos e pensava...

*Sardinhas cairiam bem agora...*

.. Ao mesmo tempo, ele pensa..

*Eu sabia... EU TAVA VIVO PORRA*

.. porém, sempre ciente da dualidade que era sua existência, ele dá pouca importância ao que era real...

..e, daquele odioso ser banal, nasce um glamour deturpado e a azia personificada surge, gigante como uma ressaca de vinho de 3 reais...

*CARALHO*

... Ele vem em sua direção, diminuindo-se, como que se transformando na diarreia ácida que acompanha o acordar do dia seguinte e Chô, que inicialmente havia pensado em dizer "Me respeite que eu sou seu pai", sabia que se vivo estivesse, morreria ali.

*Bem, foi bom enquanto durou.... dessa vez...*

.. mas, como que preso em um Iceberg ancestral, estilhaçado pela força de sua própria vontade, o Troll surge belíssimo e terrível, como um rei de outrora, de tempos esquecidos e investe em uma batalha que merecia ser presenciada por Eshus, não por um Pooka, ainda mais um que talvez nem ali estivesse.

*Mas é lindo...*

..Cho descartava fugir dali, e percebe que uma aglomeração começava a se formar assistindo a batalha, porém, à eles nada mais era do que um musculoso ruivo dançando contra o vento e ele sabia que as mantas da banalidade ali se instalavam, impedindo-o de lutar em sua força total...

*Bem, o Show tem de continuar...*

... O Gato então salta para o ombro de Frosti, tentando se manter em duas patas e sincronizar uma dança com sua luta, falhando em seu intento e rolando pelas costas do gigante, porém, prendendo suas garras nas mesmas, fingindo uma tentativa desesperada de não fazer-se perceber seu erro, e, deliberadamente, evidenciando-o ainda mais..

*..um show de merda ainda é um show...*

OFF: Chô obteve 0 sucessos no teste de DX, e um sucesso no de carisma.

Liberio

Mendonça cede e vai com a boca aos pés do Sátiro. O homem lambe e depois sussurra como que para si mesmo:

" - Seus pés.. eles parecem cascos... "

O Glamour impregnava o lugar e tinha cheiro de sexo, mas era apenas o resquício do que havia sido gerado há alguns segundos atrás. O homem ajoelhado estica a mão e segura no membro de Libério, ele olha para cima e fala:

" - Eu não posso ficar muito tempo, tenho outras visitas pra fazer e tenho meta pra cumprir... Só mais um minuto aqui... Meu chefe.. o nome dele é Fabrício dos Santos.. o cara é um pau no cu, mas sabe ganhar dinheiro. Uma vez eu fui no apartamento dele jantar, o filho da puta recebeu uma visita surpresa de uma mulher bizarra.. sei lá.. eu podia jurar que a pele dela brilhava, mas era linda.. ela olhou pra mim como se eu fosse um pedaço de merda e eu acabei indo embora, não queria irritar eles... " ele para um pouco, passa as mãos pela perna do sátiro e conclui: " - Só escutei ele chamando ela de Condessa ou qualquer merda assim enquanto eu saía. Tô achando que ele curte essas coisas de viado tipo ser amarrado e essas coisas.." - dizia o homem com uma coleira de cinto no pescoço.

A última coisa que ele pergunta é:

" - Vamos fazer isso ou não? Se não, eu tenho que ir garantir o leite das crianças."

Pret, Dandara e Johhny

Era notório o esforço e sacríficio daquele casal pra entender o que eles queriam dizer. Para um humano, nem mesmo uma viagem de cogumelos chegaria perto de um dia comum na vida de um Kithain. Havia uma enxurrada de filosofias, falas sobre sonhos, caminhos e estradas que eles simplesmente não conseguiam se conectar.

A mulher fala:

" - Eu já tentei de tudo.. levei em tudo que é lugar até terreiro e centro espírita. A coitadinha não dorme, não come mais, só chora.. Eu cheguei aqui sem esperança de que ela vai melhorar. Agora eu sei que ela vai ficar boa... Ela já disse tantas vezes que vai se matar que eu já decidi que vou tentar, eu vi os pacientes.. todos são bem tratados.."

o marido olhava fixamente para um ponto onde uma outra quimera-mosquito estava pousada, quase como se estivesse tentando ver algo ali. Ele se vira para Pret depois de alguns segundos em um silêncio incomodo e fala:

" - Eu li Don Quixote no colégio.. muito bonito mesmo.. mas lembra como acaba? Ninguém aqui parece ter filho então eu vou dizer como eu acredito que vai ser. Ela vai melhorar, vai se casar" - Ele se levanta e começa a imitar uma noiva entrando na igreja " - Ela vai lembrar dessa época como uma época difícil e vai contar pros filhos sobre isso. O Dr. Haendel disse que vocês iam tentar convencer a gente e que talvez até víssemos coisas estranhas... Aquele cara ali é estranho.." - Ele fala apontando para o Redcap do grupo - " - Mas vai ficar tudo bem, eu sei que vai e quando ela ficar boa vou trazer ela aqui pra vocês verem!"

A mulher responde Dandara:

" - Mas eu sei quem ela é! Ela é nossa filha Ísis! Mas se vocês acham que pode ajudar, vamos lá na clínica, fora de cogitação a gente tirar ela de lá no meio do tratamento o livro mesmo diz que é pior do que nunca tratar. O Dr. Haendel disse que ia ser um prazer receber vocês e mostrar a clínica dele!"

Frosti e Chô

A dualidade da vida Kithain estava ali. O Troll lutava com um demônio de fogo e aos poucos algumas pessoas começavam a se reunir em volta, pegando seus celulares, divididas entre filmar o fogo do posto de gasolina e a apresentação do homem com seu gato adestrado. Ao mesmo tempo vapor quimérico subia com o toque do demônio no Troll.

O demônio esticas suas garras na direção de Frosti que tenta bloquear o golpe com sua espada, porém não o suficiente. O golpe entra, rasgando o peito do Troll, pedaços de gelo derretido voam se espatifando. O monstro sorri enquanto mais pedaços de sua pele se desfazem como se fossem brasas. As pessoas olham maravilhadas para a cena e é fácil de ver a confusão do contexto geral daquela situação e o olhar de espanto:  "Se uma cena louca dessa é possível o que mais não seria?"

O Glamour flui de quem observava aquilo indo diretamente na direção dos dois.

OFF: Chô e Frosti ganham 1 de glamour cada.
        Frosti toma 3 de dano quimérico

*Pobres almas... hahahaha

Finalizando o seu bunk, Porter "acidentalmente", após a pantomima, derruba sua Xícara de Chá quente na própria virilha reagindo com um grito e, num movimento exasperado, se levantando para enxugar as próprias calças... sem sucesso, claro.

Após se recompor um pouco, enquanto escutava as palavras dos humanos, ele fala:

'Não foi nada, não foi nada. Tá tudo bem, não se preocupem.. argh.'

Ele volta a sentar-se e diz aos outonais:

'- Acidentes acontecem, não é mesmo. Mas está tudo bem. - Ele sorri - '- Bom, não sei se poderemos ir agora, mas me diga, onde o nobre Dr. Haendel está atendendo agora? Quem sabe não dou um pulo lá para ter uma conversa com ele e ver como podemos ajudar a querida Isis.'

*E aproveito para saber como diabos vocês conseguirem anular a proteção de desorientação e encontrar esse freehold... talvez esse maldito livro, mas, bem, se foi isso, resolvido está.*

Off: Arte de metamorfose ativada com sucesso... alguem terá uma surpresa quando abrir o livro. Sucesso na performance realizada na pantomima de Dom Quixote

O semblante do casal mostrava o quanto eles estavam... confusos. A mãe fala mais uma vez que o médico era sua única esperança. Isso leva Dandara a se questionar então o porque deles estarem ali. O tal médico os preveniu de várias coisas, mas ainda assim eles vieram.

Uma rusga se instala com desconfiança no semblante da Eshu.

*Se ela está satisfeita com o tratamento, pra que vir aqui? Porque insistir tanto em nos levar lá?*

Dandara se apruma na cadeira.

"- Entendi, senhora. Então..."

Antes de terminar sua frase é interrompida pelo gritinho de Porter e sua inesperada inabilidade. Uma sombrancelha sobe quanto ao "desastrado Boggan".

Não existem Boggans desastrados ao receber visitas. Pret certamente planejava algo. A Eshu acompanha então a dança do anfitrião:

"- ...sim, exatamente. Digam onde está o Dr e a jovem Isis. Talvez possamos ajudar de alguma forma. Ele disse porque vocês precisavam nos levar lá?"

Não que Dandara precisasse saber onde precisava ir para chegar onde quer que seja. Mas para que a segunda pergunta saísse displicente, a primeira irrelevante ajudaria a conduzir a conversa.

O Sátiro abre um sorriso quando o homem comenta sobre seus cascos, mas não o interrompe. Já havia perdido muito do seu valioso tempo com aquele homem para ele soltar alguma informação realmente importante – embora, não negue, é sempre divertido colocar um homem em sua coleira – mas finalmente, o momento veio.

Liber toma nota do nome e do endereço do chefe do Mendonça, sim, mas é a parte final, a confirmação da artimanha, que faz desaparecer o sorriso do rosto do Sátiro. Uma mulher linda de pele brilhante a quem chamam de Condessa...

* Aquela vaca da Casa Balor...*

O Sátiro tem a certeza de ter ouvido falar de outra Condessa, em meio à corte rival. Um Redcap em um surto de nobreza que exige ser chamado assim. Os indícios, porém, apontam para Marilith ap Balor.

* Coisas de viado... *

Líber lentamente volta a abrir o sorriso ao lembrar ser ela ninguém menos que a mãe da boneca de gelo, mantendo o olhar fixo no fiscal preconceituoso. Libério dá um súbito puxão no cinto, colocando Mendonça de quatro. O fiscal havia feito sua parte, cabia ao Sátiro fazer a sua:

“- Si, andiamo... Está na hora de garantir o seu leite, bambino...”

No embalo da música, Libério faz todo um ritual. Em trote, ele guia Mendonça até próximo ao corrimão que separava a área reservada, e dá um nó na outra extremidade, de forma que ele precise se manter de quatro. Depois pega qualquer cadeira próxima e se põe de pé sobre ela, ao lado do Fiscal, de forma que todos no recinto possam vê-los e se sintam atraídos.

“- Buona gente, esta noite recebemos a visita de nostro amico Mendonça. Buona gente como noi e mio convidado. Vamos dar a ele as boas-vindas que ele nunca mais vai esquecer. Um brinde!”

Do alto da cadeira, ele pega o copo na mesa, entorna a bebida e joga o copo longe contra a parede. Com o olhar sádico para o Fiscal, ele fala a pleno pulmões:

“- Ao primeiro homem ou à primeira mulher que conseguir comer o cu do Mendonça e conquistar o posto de mio mais novo melhor amico!”

Era seu dever remover qualquer inibição daquele homem e o seu presente a ele era prover um bacanal naquele local para ele. Podia imaginar as ninfas e os mortais dançando nus, embebidos em fluídos e álcool providos pelos Sátiros com seus paus hasteados e enrijecidos, correndo, trepando, ritmados com a música e os gemidos. Sim, era hora daquele homem desconhecer de seus pecados e Liber faria essa noite memorável como uma cicatriz no cérebro do homem.

Ainda assim... Enquanto gargalhava para o caos a tomar conta, ele põe o falo para fora e se põe a masturbar, enquanto com a outra mão, ele saca o celular do Breno e registra o renascimento daquele homem medíocre.

OFF: Liber teve uma falha crítica para lembrar sobre alguma condessa na corte do duque e ativou Dom de Pan

A mulher continua a lamentar diante das perguntas dos companheiros do Redcap. Ela os convida a visitar a pequena Ísis em sua prisão de banalidade e a ideia de entrar num local como aquele faz Johnny sentir um aperto no peito. Era como se fosse um sexto sentido, clamando por uma fuga. Obviamente, o Redcap não se furtaria... a ideia de entrar na tal clínica e tirar a menina à força parecia ser a mais sensata possível.

O marido fala de seus sonhos para a filha, como queria que ela atravessasse aquela tormenta e se reergue-se. Ele avisa que o tal doutor os havia alertado sobre as tentativas de convencimento dos tais "não-tratados" e sobre a possibilidade de ver coisas estranhas. Estariam eles cientes das habilidades que os filhos do Sonhar possuíam? Saberiam eles que havia formas difíceis de superar tal convencimento? Tais questões permeiam rapidamente a grande cabeça de Muralha até o instante que o filho da puta o aponta como uma das coisas estranhas.

'- GRRR...'

Johnny o olha com um ódio rançoso vindo de suas próprias entranhas. Ele rosna; estava pronto pra partir a cara do maldito outonal do meio. O gigante até simula levantar-se da poltrona - aparentemente pequena demais para ele. Mas Pret é mais rápido. Rápido até demais. O pequeno Boggan solta um grito estridente e se ergue, o que coloca o Redcap em alerta. Mas era só chá. "Só" chá. A aparente atitude displicente do anfitrião poderia parecer normal, mas o Redcap já havia ouvido os causos sobre essas criaturas. Era difícil acreditar em displicência em meio a visitas... também havia ouvido falar, por cima, que tinham um gosto suave, uma carne macia e suculenta... mas isso não vinha ao caso agora...

Algo havia ocorrido. E o Redcap sente no ar. Um cheiro havia sumido. Ele fareja, sentia falta de algo. Algo que antes o oprimia. As cavidades nasais do Rezingão se direcionam para a mulher. Era isto! O livro! Algo havia mudado, se transformado! Isso acalma os nervos de Johnny, que agora conseguia respirar um pouco mais aliviado. Os companheiros então questionam a localização de Ísis e do tal doutor. Parecia que teriam uma missão pela frente. E tinham pressa! Não podiam esperar um segundo sequer.

O Troll lutava contra a criatura tentando conter o seu medo diante do peso do dever de proteger o Pooka. O Cavaleiro se surpreende quando o pequeno gato não foge como fora ordenado, mas sim começa a subir em seu ombro e dançar de maneira esdrúxula. Do canto do olho Frosti percebe que começavam a juntar humanos olhando a cena, humanos que eram capazes de enxergar a terrível verde que estava ali. 

O Troll então lembra do escheat e do direito a ignorância e começa a lutar da maneira mais artística que pode. Preocupado com a velocidade sobrenatural que fora mantida ao custo do seu próprio glamour, o Troll tenta aparar com a espada um golpe das garras da criatura mas não é muito bem sucedido e o vapor sobe quando a criatura lhe ataca com as garras deixando seu sangue quimérico e gelado escorrer até congelar após alguns segundos. 

Querendo terminar logo com aquilo ele investe num belíssimo golpe contra o demônio e parte a criatura ao meio de forma exemplar terminando o trabalho que a banalidade havia começado e desfazendo a quimera por completo. 

O Troll então faz um último floreio desengonçado e estranho e faz uma reverência para as pessoas, que aplaudem enquanto um jovem coloca um chapéu e os humanos começam a dar dinheiro e o cavaleira fica tocado por aquele gesto dos mortais. Pequenos atos de bondade e bravura faziam o Troll feliz como poucas coisas. 

Frosti então pega o dinheiro, o pooka, agradece a multidão e sai correndo antes que qualquer um dos humanos ou o que o policial babaca fossem atrás deles. 

Enquanto corre de volta ao Freehold o Troll gargalha e fala ao Pooka: 

"- Nada mal para nossa primeira aventura não é bichano? HAHAHAHA!"

Felizes e livres os dois novos amigos correm de volta para a Mixórdia.

O gato fazia seu melhor, ou talvez não, mas certamente o Troll fazia algo certo, pois, não só percebera a movimentação dos humanos como tenta imprimir à luta, uma representação lúdica de uma dança..

*Mas dança pior que eu hein HAHAHHAHHHA...*

.. Mas, por sorte, o que ele fazia na realidade era o combate, e um bom combate, tão bom que parecia mimetizar o humor de Chô, pois, nem em seu devaneio mais louco poderia esperar que o mero sentimento de afastar-se de algo banal que tentava permear o Frehold se transformaria em uma aventura tão divertida..

Enquanto a criatura caia, Chô percebia com felicidade a atenção da plateia, em especial quando um deles baixava seu celular e meramente vivia aquele momento, para, momentos depois, viver algo que estava dormindo dentro deles, e, desses sentimentos, lhes vem o amado Glamour...

"-PICA A MULA MUITO DOIDO!!!!" - Gritava aos miados enquanto era carregado por aquele Titã do Glitter

"- A GENTE PRECISA APRENDER A DANÇAR!!!!!" - Os MiauGritos eram de puro e completo deleite, Chô se sentia tão feliz, tão feliz que naquele momento ele tinha a plena certeza, que, em algum canto, ele estava vivo.