A busca por Ísis continua

Johnny, Frosti e Dandara.
A história de vocês talvez continue aqui.

Pret come o bolo de forma indulgente e bem-humorada. Seu Freehold era caprichoso como o dono e sinais de ingratidão ou descontentamento não eram lá muito bem recebidos... para dizer o mínimo. Enquanto se delicia, observa Libério, seu amigo de longa data e “coproprietário” daquele pequeno espaço do sonhar, que parece um pouco mais no cio do que de costume...

* Mas, gente, já chegamos ao nível do sploshing.*

“- Quer uma velinha pra pôr no cu, meu Muffing?” – Indaga enquanto admira entretido o sátiro se lambuzar com o Bolo.

A visão era pitoresca, o que para Pret era um deleite, mas havia algo estranho no ar. Libério falava sem seu carregado sotaque italiano e começava a divagar sobre acontecimentos antigos, de outras vidas talvez. Fatos e memórias há muito eclipsados pelas brumas. O Jovem Boggan escuta àquelas lembranças com quês de felicidade inconsistente e saudosismo efêmero. As lembranças de outrora não lhe vinham à mente, mas era agradável reviver a história ali contada, mesmo que como mero personagem.

Ele passa o olho pelos demais e nota que estes se entreolhavam. O pássaro de Dandara cantava de forma frenética e era possível perceber a existência de uma conexão forte de amor e traição entre a Exu e Frosti e, estranhamente, de alguma forma, até mesmo Redcap parecia envolvido...

*E esse é o gaslighting do sonhar, senhoras e senhores. O Boy é profissional em dizer o que aconteceu e te fazer de doido hahahah.”

O Changeling apenas é trazido do seu breve devaneio quando, de repente, fortes globos de luz saem dos corpos de Johnny, Frosti e Dandara e passam rodopiando pela sala saindo rumo à porta, que agora voltava a existir, partindo em velocidade alucinante. De olhos arregalados Pret analisa a cena, olha um tanto incrédulo para a sua xícara de chá para confirmar que não havia exagerado na dose de cogumelos e mais uma vez à sua volta.

No chão de sua casa, havia agora o corpo mortal de Johnny, Frosti e Dandara. Três cascas vazias sem qualquer resquício de Glamour ou de vida, salvo por uma respiração espaçada, e não mão de cada um deles um pingente emitindo um brilho fraco, mas constante, e todos apontando na mesma direção.

*Pela cinta-liga da Condessa. Mas que diabos?...*

Ressabiado, Pret recolhe os peculiares pingentes e, olhando para o teto, indaga para Dionisius:

“- Dionisius, meu lindo, eles tavam precisando desencarnar? Pq, olha, essa é nova até pra você. Bora, fala, 1 cupcake pra sim e 2 pra não."

Liberio ia responder à Preto quando as luzes surgem:

"- Mas que por... "

O Sátiro corre para ver os corpos.

" - Puta merda Pret, parece que os problemas insistem em aparecer do lado de cá do Freehold heim.."

Já o freehold, após o questionamento do Boggan, faz algo que raríssimas vezes havia feito. Ele tinha respondido seu questionamento. Ao olhar para uma das mesas, havia aparecido três cupcakes.

Liberio finaliza:

"- Esse lado é teu, então é contigo, mas vai gerar muita pergunta no Ducado inteiro viu.. Mas a gente não pode ficar parado . Ou a gente, sei lá . Dá fim aos corpos ou a gente tenta ajudar eles, ou sei lá.. sugere outra solução aí... Mas se fosse do lado de lá, eu já tinha é cremado eles.."

Pret olha para Libério e depois para os 3 cupcakes que surgiam na mesa ao lado...

*Será que eles precisavam desencarnar e depois reencarnar? Tenho que me lembrar de dar mais opções de resposta para esse freehold safadinho da próxima vez...*

'- Bom, hoje a banalidade tá comendo de esmola pro lado de cá, né? Puta que pariu, nam... O que diabos eu vou fazer com essas carcaças?"

Pret coça a cabeça e de repente tem uma ideia maliciosamente divertida. Ele vai para a sua sala de costura e, alguns minutos depois, retorna com 3 sacos de pano, minuciosamente bem finalizados. Cada qual possuía dois botões pretos representando olhos e uma pequena boca bordada. Ele coloca os sacos nas cabeças das carcaças e um fluxo de glamour começa a emanar do jovem bogan como um cem número de fios e agulhas a cozer o traje dos moribundos e, em um piscar de olhos, 3 manequins de pano agora jaziam onde outrora os humanos estavam.




'- Libério, meu lindo, me ajuda aqui a carregar esse povo pro carro que a gente vai descartar em alguma lixeira perto de um hospital.'

Liberio corria para ajudar, obviamente que corpos não eram uma boa coisa para seus empreendimentos.

" - Eu não sei porque a gente só não taca fogo neles. Eles são só cascas vazias mesmo! Parece que o Ritual Changeling deu algum problema... eu nem sabia que isso podia acontecer na verdade.. Daqui a pouco eles voltam em outros corpos, pelo menos mudaram alguma coisa e devem estar numa aventura muito melhor que a gente agora carregando esses bonecos.."

Libério parecia ter uma personalidade em que estava sempre prestes a explodir (o que as vezes acontecia) e era impaciente, mas no fim, obviamente tinha em sentimento fraternal com Pret, por isso estava em mais uma cumplicidade com o Boggan. Ele ajudava a levar os corpos para o carro enquanto resmungava..

" - E esses pingentes Pret? A gente vende?"

Eles ainda brilhavam como novos, com um brilho mais forte que não mudava mesmo se mudasse a posição do pingente.

Pret e Libério carregam a última das carcaças. Existia uma certa praticidade no que o sátiro falava, mas Porter ainda era um Boggan e apena faz uma cara debochada para Libério. 

Quando o satiro indaga sobre os pingentes que Pret havia recolhido, o jovem olha para estes, percebe que havia uma espécie de encaixe e habilmente conecta os 3 objetos que agora, com mais intensidade, apontavam para uma direção específica.

Ele entra no corra e fala para seu amigo.

'- Algo me diz que isso nos levará à nossa mixordia. Vamos lá desovar esse povo é aí seguimos na direção que isso aqui está apontando.'

Liberio sentava no banco do carona e fala:

" - Não quero nem ver a merda se não acharem os corpos... Eles devem ter família humana, talvez a família procure eles, mas pela minha experiência acho q não.."

Uma expressão sombria passa pela rosto do sátiro, q colocava os pés em cima do banco que estava sentado, desafiando qualquer lógica de anatomia ou física.

Já era noite e os dois iam dirigindo pela cidade, em direção ao hospital que Pret já conhecia, esquina após esquina, uns semáforos que quebravam qualquer tensão e preocupação por aquela situação inusitada, transformando em algo simplesmente efadonho... Ao virar uma das ruas, Pret se sente um pouco confuso, a rua que deveria logo a frente se virar, parecia uma longa estrada sem fim, no momento que percebe isso, sente o carro sacudir violentamente, a rua estava completamente escura e o carro começa a girar, com certeza havia batido em algo que não estava ali no caminho antes.

OFF: Rolar Percepção + Kenning (dif 7), depois Dex + direção (dif 7 se teve sucesso antes, 8 se nao teve)